quinta-feira, 28 de abril de 2011

conversinha


Conversinha

Sem muita preocupação com o que se passava no Rio naquela tarde de sexta feira, e após vários aborrecimentos no trabalho, Pirilo caminhava com o firme propósito de tomar um chopinho no bar da Domingos Ferreira.
Naquela tarde quente caminhava junto com seus pensamentos de revolta sobre como o destino urdia, como um moleque, sua vida.
Desviando, meio que mecanicamente, das imperfeições e sujeira das calçadas da Barata Ribeiro, prosseguia sem enxergar nada além de seus próprios pensamentos.
Era advogado e para seus quarenta e tantos anos estava conservado e ainda conseguia arrebatar alguns corações de secretarias solitárias da firma.
Sua vida amorosa consistiu de uma sucessão de desilusões afetivas, mas sabia que para cada panela teria de haver uma tampa e que nesse momento não estava tão preocupado com novas aventuras, uma vez que estava completamente dedicado à sua carreira. Era exatamente isso que o preocupava no momento e o deixara tão chateado.
O caso foi que numa disputa de posições de chefia que, por sinal ele havia lutado por anos, acabou por ser postergado por uma jovem loira cheia de curvas insinuantes e pernas que pareciam não terminar nunca. Pirilo, certamente, não tinha “material” suficiente para competir com a tal da loira e sabia que aos olhos do seu chefe, diante daquela mulher que parecia ser a encarnação de Perséfone, ele ficaria, na melhor das hipóteses, eternamente em sua escrivaninha e sob o seu comando da loira.
Caminhando como um autômato em direção ao seu bar, confessionário de inúmeras decepções, pensava: Destino maldito. Porque a loira tinha de ser contratada este ano? Quando ela passou pela porta do escritório com aquele vestidinho esvoaçante com um palmo acima do joelho comecei a tremer e vendo desvanecer meus sonhos. Não vai dar outra. É ela que será a escolhida para gerente.
Trabalhei vinte anos no mesmo lugar e quando ia conseguir realizar meu sonho....! bloft! Não conseguiu completar o pensamento porque tropeçou num bêbado que resolveu dormir na transversal da calçada. Já sem muito espírito exclamou:
Merda! Dormir a essa hora companheiro... porra vai dormir na praça, pô!
Ôoo, pêra aí, não to dormindo dotô...é só um cochilo. Tô legal, ai ó! Tem um trocadinho pro lanche?
Ahhh, Vai te catar ! E seguiu caminhando com o propósito mais firme do que nunca de tomar seu chopinho e de fumar um cigarrinho sentado no banco de fora do bar...isso, provavelmente, iria acalmá-lo, pensou.
Chegou ao boteco, puxou uma cadeira, sentou como um herói e, com a soberba de um rei pediu: ô Torquato, um chopinho ,...ah, prepara o segundo que o primeiro é pra matar a sede.
Como um senhor do tempo, sacou um cigarro e o fósforo. Acendeu como quem era o inventor e proprietário do fogo. Foram gestos litúrgicos, estudados e elaborados desde o início dos tempos, ...dos botecos.
Espichou-se um pouco mais na cadeira para acertar a bunda e as costas doloridas.
Como se fosse o proprietário do estabelecimento, com olhos semicerrados, olhou para os lados investigando se tudo estava em ordem.
O Torquato serviu o primeiro, o segundo, o terceiro e, a partir de então, Pirilo começou a sentir-se mais relaxado.
Dia difícil seu Pirilo, disse Torquato sondando seu freguês de anos.
É Torquato, o dia foi foda. As mulheres, seu Torquato, as mulheres... como competir com elas?
Era a oportunidade que Torquato queria; exercer sua filosofia de boteco. Adorava isso.
Ô seu Pirilo, as mulheres não foram feitas para competir. Foram feitas para que possamos amá-las. O mengão é que foi feito pra competir.
Dá um tempo Torquato, você não sabe nada desses demônios. Eu, com meus quarenta e tantos, sei o que elas são capazes. Fui traído umas duas vezes e posso perder minha promoção por causa de uma dessas víboras.
Sem arsenal de argumentos e vendo que o Pirilo, embora com três chopes na cabeça ainda estivesse meio seco, acabou desistindo do papo.
Que saber o Torquato, traz mais um, exclamou Pirilo sem paciência.
Com seu olhar de senhor do bar e meio zonzo, rodou sua cabeça como uma coruja para investigar o local. Percebeu que numa mesa no canto tinha uma moça de costas que involuntariamente chamou sua atenção. Meio puto com sua situação com as mulheres, procurava evitar cruzar com seu olhar e só se dedicar ao prazer que o levou até seu bar, seu castelo; beber e fumar.
Sem que ele percebesse a moça se levantou e veio em sua direção. Puxou a cadeira e disse:
E aí Pirilo, tudo bem?
Pirilo, meio entorpecido, e como se fosse um ataque inesperado pelo flanco, olhou feio.
Mas quem é....Dona Rosangela? Era a ela, a razão de tanto ódio das mulheres, sua concorrente e provavelmente a vencedora na corrida para o cargo de gerente da firma.
Rosangela, Pirilo! Esquece o “dona” Rosangela! Não estamos na firma, aqui é Copacabana e o chope está esquentando. Posso pedir um também?
Contrariado como uma criança birrenta consentiu:
Por favor! O que a você faz por aqui?
Eu moro aqui.
Como? Nunca a vi neste pedaço? Eu moro aqui há vinte e dois anos.
Pois é, mudei pra cá tem uma semana.
Pirilo estava a ponto de explodir, imaginando que teria de esbarrar todo dia com a “víbora” no seu pedaço.
Ah, legal, disse sem um pingo de entusiasmo.
Do outro lado do balcão o Torquato aponta com o nariz para o Pirilo e diz para o seu companheiro de serviço:
Olha Severino...que deusa. Quem diria? Mesmo de mau humor o Pirilo vai se dar bem!.
É Torquato, veja aquelas curvas....e que bronze hein? Acho que é muita areia pro caminhãozinho do Pirilo. O bar tá todo olhando pro cara!
O Pirilo não tava nem aí queria mais era ficar em paz com seu chopinho e seu cigarro.
Ô Torquato desce mais dois um pra moça.
Eu quero uma “conversinha” porque caso contrário fico alta e não falo por mim.
Torquato suspende um chope e traz um “conversinha”! Pirilo, com toda pompa e circunstância para disfarçar seu mau humor, puxa mais um cigarro e pergunta; “bem e aí dona Rosangela, que acha do bairro?”
É tudo que eu queria. Sou da zona norte, Marechal Hermes, e tudo que eu queria era mudar pra zona sul. Adoro Copacabana, é bem meu estilo.
Pirilo pensou: “que estilo pô...ela tá mais pra banho de sol nas lajes de Ramos”.
Não era verdade. Muito do que Pirilo pensava sobre a Rosangela era a voz do seu mau humor. Ela era de parar o trânsito do Recreio, Leblon, Copacabana, Arpoador, até o Irajá, era só o Pirilo que não enxergava. O bar tava amontoado de sem vergonhas pra ver se sobrava uma casquinha. Tinha sujeito trepado no balcão, do lado de fora, mesa de dois com seis e por aí vai. Todo mundo chamando pai de santo para agourar a conversa da beldade com o Pirilo. A galera estava encarando mais de duas dúzias de chopes na espreita de sobra na área e a coisa não ia pra frente e nem pra traz.
Tá ai Pirilo, vai um tira gosto? Perguntou o Torquato com um arquear da sobrancelha direita.
O Pirilo, subindo pelas paredes com a oferta do Torquato, respondeu; traz aí uma porçãozinha de batata.
Tudo bem para você dona Rosangela,
Rosangela, Pirilo, Rosangela! Tudo bem e pede mais um chopinho do grande pra mim. Acho que hoje que quero relaxar e conversar.
Pirilo percebeu que seu desejo de ficar sozinho e pensar foram chopes abaixo e com um empurrão do Torquato. “Depois eu pego o Torquato”, pensou.
Bem Pirilo, fale de você.
Eu,..eu sou isso que você já conhece no trabalho.
Não, no trabalho somos uma coisa, fora outra. Você sabe disso.
Eu por exemplo. No trabalho todo mundo pensa que sou do tipo “loira burra”, mas ninguém imagina que sou maestrina, canto e gosto de tocar uma bossa nova no piano. Tenho tocado ali na Barata Ribeiro perto do beco das garrafas. Lugar histórico da Bossa Nova; se sabe né?
Pirilo, impressionado com os dotes da Rosangela, começou a amolecer.
Não, qual a história?
Pois é, conforme o texto do Rui Castro, “carnaval no fogo”, foi onde a bossa nova surgiu.
Olha que passo por lá com freqüência e não sabia. Ouvi uma menção sobre o beco das garrafas, mas nunca soube onde era. E, veja bem, eu sou um sujeito que adora a bossa nova.
Pois é.
Nisso, sem que o Pirilo percebesse, o bêbado que ele havia tropeçado estava quase ao lado dele e, já há alguns minutos, ouvindo a conversa e fez questão de dar um pitaco no papo:
E aí dotô, tá numa boa hein? Não conheço essa beldade, mas é uma deusa né?
Ô companheiro vê se estou lá na esquina...! Dá um tempo!
Tuuudooo bem,...fui!
“Quem é?”, pergunta a Rosangela
Deixa pra lá...mas conte mais sobre a bossa nova.
Acho que não, pede mais um chope e fale de você.
Torquato desce mais dois! Não tenho muito para falar. Sou um tipo de Copacabana, nasci aqui, e vivi na rua República do Peru. Sou um cara solitário, com vícios e hábitos de um solteirão. Ando por todo lado no bairro e tenho alguns amigos de futebol de praia que, como gente do pedaço, nunca nos separamos; isto é, só quando um ou outro é chamado por São Pedro.
E a vida afetiva, como anda?
Anda como Deus quer. Casei-me duas vezes e não tive muita sorte. A vida segue seu rumo com o famoso destino aprontando das suas aqui e ali.
Não posso dizer que o destino tenha sorrido para mim. Tive alguns casos lá na zona norte, mas não fui feliz. Procurava algo diferente. Um homem mais atento as minhas necessidades. Leio muito e gosto de conversar sobres livros e, principalmente, música. Lá em Marechal, isto é impossível. Os homens querem transar e é nisso que resumem os meus relacionamentos.
Chato! De fato! Acho que é possível encontrar algo mais em uma pessoa.
Concordo. Por exemplo, esse livro do Rui Castro que mencionou; quem quer saber sobre a história do Rio. Quem quer saber sobre as origens históricas de Copacabana ou o porquê do nome Copacabana?
Pois é.
Eu li e adorei. Li muitos outros sobre o Rio, por exemplo: há um texto publicado sobre a história do Jardim Botânico chamado “De engenho a jardim” de dois historiadores da Puc; Claudia Gaspar e Carlos Barata. É uma obra prima e recomendo muito a leitura.
Vou procurar.
Você vai encontrar lá na lojinha do Jardim Botanico mesmo. Aproveita, dá uma passeada e toma um cafezinho. É maravilhoso aquele lugar. Purifica nossas almas
Nessa altura da conversa o Pirilo estava completamente assombrado com a sensibilidade daquela mulher e os sinais de desejo já eram mais que evidentes e num arroubo de coragem pergunta:
Que tal um Carlos Lira e um wiskinho em casa?
Interessante. E onde mora?
Aqui no 315.
Acho que sim...vamos lá.
Torquato! Torquato...põe na conta!
Ao se levantarem pareceu que o bar levantava com eles. O Torquato assim como todos os marmanjos suspiraram com a sorte do Pirilo e, após saírem, quase todos, decepcionados por não conseguirem nenhuma casquinha, pediram a conta.
Pirilo teve uma noite de prazer como nunca havia tido e, ao acordar na manhã seguinte, Rosangela já havia saído deixando um bilhetinho com três palavras que não representavam, nem de longe o que ele sentia: “foi muito bom, até segunda.”
Como “até segunda”? Rosnava.
Como assim,...”foi muito bom”?
Como vou ficar sem vê-la quarenta e oito horas?
Sem sucesso, Pirilo passou sábado e domingo caçando a Rosangela em cada buraco de Copacabana. Só no beco das garrafas passou umas quatro vezes. Percorreu a Atlântica como um maratonista. Chegou a causar inveja nos atletas de domingo tal a velocidade e intensidade de idas e vindas.
No entardecer do domingo, construído pelo andar das horas, o amor de Pirilo por Rosangela era arrebatador. Seu coração queria sair pela boca e no bar, por mais que o Torquato enchesse o copo do Pirilo, este não dava sinais de vida. Era pura angústia misturada com a esperança de revê-la no escritório.
No balcão do bar o Torquato falava para o colega:
Tá vendo Juvenal! É isso que as mulheres fazem aos homens. Aquela lora aguada só precisô de duas horinhas de conversinha pra acabar com o Pirilo. É por isso que só quero saber do Mengo. Esse dá umas tristezinhas mais no domingo é só alegria e me deixa como esse trapo sentado aí na mesa.
Na noite de domingo o Pirilo precisou de uma garrafa de Jony Walker para dormir. Acordou na segunda como um cachorrinho que vai passear. Escolheu como um estilista sua camisa e terno; se encheu de perfume a ponto da Maria, sua diarista, dizer que ia embora porque estava sufocando. Alias o fosso do seu edifício, que só cheirava gás e criolina, estava perfumado com a loção do Pirilo.
Ao chegar ao escritório, os colegas estranharam alegria contagiante do apaixonado. Não chegavam muito próximos por causa do perfume.
Ele, com a mesa defronte para a entrada, tinham seus olhos cravados na porta do escritório e sua cabeça, como um cronômetro, contava os segundos aguardando a chegada de sua amada, sonhando com o olhar safado da Rosangela.
Por fim sua rainha chegou e sem dar nenhum sinal de paixão, ou sorriso, ou um simples bom dia, foi direto para a sala do Diretor.
Pirilo desmanchou como o Morro do Castelo sob as águas da baía da Guanabara. Pensava desesperadamente o que havia acontecido; Será que fiz algo errado naquela noite; ronquei, peidei dormindo, falei o nome de alguém? Não se falei o nome de alguém até que pegaria bem como um macho que sou. Numa noite como aquela, devo pensar em tudo, pô!
Passada uma hora ela sai da sala do diretor e vai direto para a sala vaga do antigo gerente. Ele desesperado já percebeu que ela seria sua superiora e sem que houvesse tempo de pensar algo a secretária do Diretor o chama:
Seu Pirilo, o doutor Alberto que falar com você.
Ok, estou indo.
Pirilo entra na sala do Diretor como um cachorro mijão e diz:
Pois não doutor Alberto.
Pirilo, a dona Rosângela será a nova gerente e peço que fale com ela para que ela possa passar as novas instruções.
Pois não doutor Alberto.
Enfim...! Exclamava seu coração,... porque seu cérebro não existia desde sexta feira.
Entrou na sala da “doutora;” Rosangela, como um hussardo e disse; olá!
Pois não Pirilo, sente-se. Quero dizer para o senhor que está dispensado da empresa. Pode passar no setor de pessoal e depois recolher suas coisas.
O que? Mas o que aconteceu?
Nada Pirilo, apenas estou demitindo o senhor.
Mas ....mas...Pirilo quase teve uma síncope. As palavras não saiam e quando as pronunciavas era quase inaudíveis.
Por quê?
Vou lhe fazer esse favor e contar-lhe sobre minhas razões. Na sexta fui pra casa a pé. De fato muito próxima do seu apartamento na Domingos Ferreira. Quando estava chegando ao meu prédio vi você sentado no bar da esquina e resolvi conversar com você para saber quem era a pessoa que poderia ser meu concorrente no cargo de gerente. Foi isso.
Como foi isso? E daí?
Bem, daí, percebi que o senhor é muito competitivo e eu também.
Sim, e daí?
Não tem “e daí”. Na verdade a resposta a esta pergunta é sua demissão. O senhor pode causar problemas para minhas aspirações. É só.
Mas,... mas aquela noite?
Ah, foi conseqüência do chopinho, lembra? Do conversinha.

Rbg 28.04.11

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GRAVURAS

O gravado constitui uma das minhas principais formas de expressão. Fascinado pelos gravadores do expressionismo alemão, sempre imaginei alcançar a magia de reproduzir um desenho com a delicadeza de Otto Mueller (1874-1930) ou a crítica social de Grosz (1893-1959), Otto Dix (1891-1969), ou o próprio Ernst Ludwig Kirchner (1880–1938) fundador da Die Brücke * ( a ponte).
A forma gráfica definida pela gravura do expressionismo alemão não resultou, de maneira imediata, na tentativa de seguir a técnica. Ela se manifestou pelo Kiri -ê, no qual o artista realiza suas ilustrações por meio do gravado em papel. A técnica é originária da China onde é executada em papel de arroz e deve manter estrutura original do suporte.
Entretanto o que me interessou foi o resultado plástico obtido com a técnica, empregando papeis mais grossos e negros. A solução de superfícies e linha se assemelhava fortemente com as gravuras dos artistas alemães.

Em 1983 e 1987, realizei duas exposições com desenhos realizados com esta técnica no papel no Centro Cultural São Paulo e no Franz Café. Nesse período tentei a reproduzir os trabalhos por meio de serigrafia, os quais resultaram impressões surpreendentes. A partir de então, estas serigrafias passaram a me estimular a tentar uma gravação usando o mesmo método de impressão que utilizava para a xilogravura (impressão usando pressão por meio de uma colher sobre papel de arroz). Entretanto o sonho de usar papel como matriz, só veio se concretizar em 2008.
A técnica me fascinou uma vez que não era necessário grande recurso na compra de madeira ou goivas e, ao mesmo tempo, poderia ser praticada por qualquer pessoa. Para esta técnica bastava um bom estilete, um cartão (papel com 400g) e criatividade.
Evidentemente, a durabilidade da matriz de papel é muito menor que as demais matrizes convencionais. Entretanto, como já mencionei, é muito prática e com características expressivas particulares.
Tal como a xilogravura em cortes de topo ou de fio, a experiência com outros materiais, em decorrência de sua resistência ao corte das goivas, definem um resultado específico para a gravura. Algumas destas experiências podem ser vistas nas imagens abaixo.


*Grupo de artistas expressionistas alemães formado em1905 em Dresden

rosto de homem

rosto de homem
gravura com matriz de papel - 2008

homem

homem
Xilogravura - 2006

ribeirinha

ribeirinha
xilogravura - 1986

perfil

perfil
Xilogravura - 1984

mulher apoiada

mulher apoiada
gravura com matriz de papel - 2008

Sangue

Sangue
Foto Rogerio Bessa Gonçalves (2003) - Edifício Copan - Arq. Oscar Niemeyer - São Paulo

Balanço

Balanço
Foto Rogerio Bessa - 2004 - Museu Oscar Niemeyer - Curitiba

Foto Rogerio Bessa (2005) -Viaduto Sta. Efigênia - São Paulo

Foto Rogerio Bessa (2005) - São Paulo

Lilás

Lilás
Foto Rogerio Bessa - 2005 - Avenida São Luiz - São paulo

ontem

ontem
Foto Rogerio Bessa (2005) - São Paulo

sugar bread

sugar bread
Rio - 2008

copan

copan
Foto Rogerio Bessa (2005) - São Paulo