Azaração Midiática – parte 02
O táxi que pegamos era um Lada
(Russo). Resquícios da presença da URSS, maior parceiro de Cuba até 1985 quando
houve a Prestroika de Mikhail Gorbachev. Esta data marca o inicio do inferno astral de
Cubano.
Já conhecia alguns professores Cubanos
os quais havia encontra em San Luis de Potosi no México e, portanto, o sotaque “cuano”
(os lábios não se tocam para dizer Cubano) já era familiar. O Motorista, negro
esguio, tinha as voz grave e falava rápido e com sotaque, de forma que dificultou
minha compreensão. Eu não o compreendia e ele um pouco do meu portunhol. Mesmo assim
tive de pagar o mico de entregar o voulcher do hotel para que pudesse localizar
nosso destino.
No caminho, ainda que escuro, percebia
muita obras de edifícios altos e distintos dos que havia visto ao sair do aeroporto.
Indaguei o motorista sobre do que se tratava e ele disse que eram
empreendimentos estrangeiros. Hotéis, resorts franceses e espanhóis.
Vedo as obras em curso e mais tranquilo,
treinado o ouvido ao sotaque, comecei uma conversação com o taxista indagando
se sabia de algum arquiteto brasileiro trabalhando nos projetos. Penso ter
ouvido o nome do Paulo Mendes da Rocha.
Aqui eu paro um pouco por que o
assunto virou um debate de cozinha com a Cristina, a qual afirmou que o taxista
disse que não sabia. Bem diante do tempo e após consultar meus alfarrábios
bibliográficos, acho que ela tem razão. Atribuo este escorregão da memória a
minha senilidade.
Fechando este parêntese e continuando
minha história o sujeito, taxista, desembestou a falar da situação econômica de
Cuba. Os temas eram o aumento do tráfico de drogas, a prostituição destinada
aos turistas (muitos iam para a ilha procurando sol, rum, um puro, e as
mulheres cubanas), e o grave problema do embargo americano.
Nesse ponto deteve-se mais dada
sua indignação com o problema e mencionado a injustiça do ‘dono do mundo’ para
com o povo cubano. ‘ deixe nos viver em paz’. Dizia que inda assim o povo
cubano era de grande criatividade e resolvia os problemas com um jeitinho. O mesmo
jeitinho que fazia rodar sua frota de automóveis da década de 50 sem ter peças
de reposição. Fabricavam o necessitavam.
Gozado, não me recordo da Yoani Sánchez, bem como a mídia, tenha
dito algo sobre o embargo americano.