quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Parte 3 - A arte-objeto

Ferreira Gullar em seu livro “Sobre Arte”(1) realiza , neste texto brilhante, uma retrospectiva sobre a evolução da formas de representação desde o classicismo até o abstrato, passando pelo impressionismo, expressionismo e cubismo (há mais movimentos nesse meio tempo).
Todos, de alguma forma, assumindo a interpretação da realidade como referencia, sejam a representando de forma mais próxima ao real (classicismo de Rafael) até sua negação (abstracionismo de Mondrian). Diz ele no mesmo texto: “...o artista elabora as sensações que lhe chagam do mundo que vê...” (p.10).
Bem ainda assim ficou a indagação de arte é uma obra contemplativa ou pode ser aplicada; útil,...objeto?
Creio que a resposta está na intenção, no desejo, no desígnio. Penso que toda criação possui um desígnio do criador e dessa intenção não escapam engenheiros, pesquisadores ou qualquer ser humano.
A criação gera alguma emoção no espectador e independentemente do tipo de sua intensidade. A beleza, a tristeza ou a solução que parecia inalcançável e se torna realidade. Fico imaginando o projeto de uma ponte. Há diversas soluções estruturais. Entretanto a busca está naquela que exprima a beleza de um cálculo estrutural e se materialize como uma solução evidente para o observador. Penso na Golden Gate. Uma obra prima da genialidade humana.
Imagino a revolta de Picasso ao pintar Guernica. Indignação contra a barbárie desse mesmo homem, capaz de criar maravilhas e também de gerar agonia imensurável
No mesmo livro do F. Gullar, há um capítulo II, “A arte na sociedade industrial”, o autor discorre, repito, de forma brilhante, sobre o assunto que investigamos nesse texto.
O autor comenta sobre a reviravolta conceitual das artes na virada século XX. Embora o autor não mencione a fonte, diz que Leger(2), ao lado de Brancusi(3) e Marcel Duchamp(4), ao visitarem uma exposição sobre aeronáutica pouco antes da primeira guerra, surpreendidos com a beleza da forma das hélices, ouviram de Duchamp:
“Qual artista faria melhor? Tu serias capaz de fazer melhor?”
Esta conversa é esclarecedora sobre o tema que tratamos e sobre os caminhos conceituais que os movimentos artísticos tomaram desde então.


(1) GULLAR, Ferreira – “Sobre Arte” , Avenir Editora, Palavra e Imagem Editora – 1982.[1] Jules-Fernand-(2)Henri Léger (1881-1955); nascido na França, Argentan e renomado pintor e gravurista cubista.
(3) Constantin Brancusi (1876-1957) – Escultor Romeno, pioneiro na realização de esculturas abstratas.
(4) Marcel Duchamp (1887-1968) – Pintor e escultor francês e um dos fundadores do movimento Dadaísta e criador dos Ready made.



Parte 4 - arte objeto


Voltando à conversa entre Duchamp e Brancusi.
O ponto de partida, alinhavando com o tema da “arte objeto”, consiste em que estes artistas já consideravam os produtos industrializados como obras de arte. Sob o ponto de vista deles, um quadro era um objeto tão comercializável quanto um mictório.
Com o processo de industrialização, a arte estava com os dias contados.
Esta é uma das razões para Duchamp propor assumir os produtos industrializados como objetos de arte. Se não podemos com eles, nos juntamos a eles. Duchamp propôs o “Ready made” e um dos objetos dessa proposta foi a apresentação do famoso mictório de louça e a roda de bicicleta sobre um banco.
Os impressionistas abandonaram, definitivamente, a representação da realidade por meio de temas históricos ou alegóricos. Monet com seu soleil levant (1) foi o precursor do Impressionismo onde a temática consistia nas paisagens ou cenas do cotidiano moderno do fim do século XIX, início do XX (2).
Estavam livres para explorar as sensações que a natureza e as coisas do dia a dia propunham como temática. Experiências sensitivas relacionadas à natureza, sua luz, texturas, movimentos e cotidiano humano, era o que chamava a atenção destes artistas como realidade. Esta liberdade era manifestada até pela forma de pintar. Pinceladas gestuais gerando formas delicadas, etéreas; pouco definidas.





(1) http://impressionist1877.tripod.com/Monet%20-%20Impression%20Sunrise%20(1872).jpg
(2) Na verdade como comentei, Goya, de forma corajosa e idealista (totalmente descontextualizada dos dogmas da boa pintura no período), já pintava o cotidiano um século antes de Monet.
Parte 2 - criação
Tenho trabalhado próximo a muitos pesquisadores da Universidade de São Paulo. Uma das questões que sempre indago consiste no surgimento da ideia, o famoso “insites” (desculpe o anglicismo e acho que assim que escreve o termo). Falo da ideação, concepção da pesquisa, a luz criativa.
Da maneira como estes pesquisadores mencionam ou concebem suas pesquisas, lembra muito o ato criativo de um artista plástico.
Um arquiteto, mediante os determinados parâmetros assume uma “partido arquitetônico[1] e cria uma solução formal para o problema, algo semelhante a pratica aplicada (ou não) de um pesquisador; ambos criam e buscam uma luz para alcançar determinadas soluções
Os termos “criação” ou criatividade me parece ser algo comum nas atividades do arquiteto, do pesquisador e o do artista. Todos idealizam e, se forem criativos, terão grande chance de alcançarem bons resultados em suas respectivas atividades.
Entretanto, independente do meio que expressam a criatividade, cálculos, textos pincel e tinta, lápis e esquadros, há algo de diferente entre essas formas de criação. Será?
Uma obra de arte ou uma expressão pictórica, gráfica, um romance, poesia, são criadas segundo a maneira que o autor percebe a realidade.
Tenho a impressão que o momento criativo de um pesquisador também tem origem na observação da realidade. O que diferencia um artista ou um pesquisador de outro é o modo particular de sua forma de apropriação da realidade. Afinal são indivíduos com forma de pensar distintas (pesquisador para pesquisador e artista para artista).
Fica uma indagação: a arte pode aplicada ou é meramente contemplativa?
A pergunta pode ser esclarecida se analisarmos os conceitos formulados pela famosa escola alemã Staatliches Bauhaus[2]
Entretanto, podemos avançar sobre eles um pouco mais adiante.


3 Termo criado pelo arquiteto Carlos Lemos para definir a solução funcional e formal dada certas condicionantes para seu desenvolvimento.
4 Escola alemã fundada, entre outros por Gropius na cidade de Weimar em 1919. Atuava em proposições de vanguarda nas artes plásticas, arquitetura e design.

[1] Termo criado pelo arquiteto Carlos Lemos para definir a solução funcional e formal dada certas condicionantes para seu desenvolvimento.
[2] Escola alemã fundada, entre outros por Gropius na cidade de Weimar em 1919. Atuava em proposições de vanguarda nas artes plásticas, arquitetura e design.
Parte 1 - Desígnio - propósito
“Expressar algo com certa emoção”. Parece que estes elementos estão sem por traz daquilo que define arte. Não importa sua qualidade, grande arte ou “peque arte”... como o marchand gostaria de definir.
“Tomar a realidade como elemento para expressar algo, de forma emocional, segundo seu ponto de vista.”
Melhor ainda: “ Interpretar e representar a realidade de forma emocional” . Acho que esta pode ser, até o momento, a melhor definição. “Interpretar”, pressupõe um ponto de vista sobre a realidade. “Representar”, define o universo de meios de expressão. E “ ...de forma emocional...” consiste na carga emotiva de sua interpretação pelos meios de expressão.
Acho que ainda não estou satisfeito com o trecho “...de forma emocional...”.
Não cabe imaginar que “...interpretar e representar a realidade...”, não o faça de forma emocional. A emoção parece, também, ser um pressuposto. Toda ser humano possui um ponto de vista sobre a realidade e, se tentar representá-lo, será sempre de forma emocional.
Qual será, portanto, o impacto dessa frase?
Um homem pré-histórico, ao fazer suas pinturas rupestres em Lascoux [1] ou Altamira[2], independente de suas razões para fazê-lo (místicas ou simplesmente por puro desejo), estava impregnado de intenções plásticas.
Eu mesmo, ao tentar copiar um desenho rupestre, percebi diversos detalhes intencionais que, ao distorcer o real, intensificava aspectos de movimento, e do próprio corpo humano. Estes homens estilizavam e o faziam com intenções. Atribuíam desígnio ao desenho.
Peço ao leitor que examine estes desenhos com cuidado e, certamente irá perceber a qualidade expressiva destes desenhos.
Por outro lado, diante da afirmação “...interpretar e representar a realidade...” cabe à um pesquisador de física?
Há “emoção” na interpretação e representação da realidade por meio de fórmulas matemáticas?
Um pesquisador que Física é um artista?
A ciência é uma forma de expressão...é arte?

1 Conjunto de cavernas do Vale de Vézère (sudoeste da França) onde houveram prospecções arqueológicas e foram descobertas grande quantidade de pinturas rupestres datadas de 10.000 a.C.
( http://www.culture.gouv.fr/culture/arcnat/lascaux/en/ )
2 Caverna próxima a Santander (Espanha), possui pinturas um dos mais significantes conjuntos pictóricos do período de Paleolítico (10.000).
( http://www.showcaves.com/english/es/showcaves/Altamira.html )


[1] Conjunto de cavernas do Vale de Vézère (sudoeste da França) onde houveram prospecções arqueológicas e foram descobertas grande quantidade de pinturas rupestres (10.000 a.C).
[2] Caverna próxima a Santander (Espanha), possui pinturas um dos mais significantes conjuntos pictóricos do período de Paleolítico (10.000 a.C)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Quarta parte - a arte-objeto

Ferreira Gullar em seu livro “Sobre Arte”(1) realiza , neste texto brilhante, uma retrospectiva sobre a evolução da formas de representação desde o classicismo até o abstrato, passando pelo impressionismo, expressionismo e cubismo (há mais movimentos nesse meio tempo).
Todos, de alguma forma, assumindo a interpretação da realidade como referencia, sejam a representando de forma mais próxima ao real (classicismo de Rafael) até sua negação (abstracionismo de Mondrian). Diz ele no mesmo texto: “...o artista elabora as sensações que lhe chagam do mundo que vê...” (p.10).
Bem ainda assim ficou a indagação de arte é uma obra contemplativa ou pode ser aplicada; útil,...objeto?
Creio que a resposta está na intenção, no desejo, no desígnio. Penso que toda criação possui um desígnio do criador e dessa intenção não escapam engenheiros, pesquisadores ou qualquer ser humano.
A criação gera alguma emoção no espectador e independentemente do tipo de sua intensidade. A beleza, a tristeza ou a solução que parecia inalcançável e se torna realidade. Fico imaginando o projeto de uma ponte. Há diversas soluções estruturais. Entretanto a busca está naquela que exprima a beleza de um cálculo estrutural e se materialize como uma solução evidente para o observador. Penso na Golden Gate. Uma obra prima da genialidade humana.
Imagino a revolta de Picasso ao pintar Guernica. Indignação contra a barbárie desse mesmo homem, capaz de criar maravilhas e também de gerar agonia imensurável
No mesmo livro do F. Gullar, há um capítulo II, “A arte na sociedade industrial”, o autor discorre, repito, de forma brilhante, sobre o assunto que investigamos nesse texto.
O autor comenta sobre a reviravolta conceitual das artes na virada século XX. Embora o autor não mencione a fonte, diz que Leger(2), ao lado de Brancusi(3) e Marcel Duchamp(4), ao visitarem uma exposição sobre aeronáutica pouco antes da primeira guerra, surpreendidos com a beleza da forma das hélices, ouviram de Duchamp:
“Qual artista faria melhor? Tu serias capaz de fazer melhor?”
Esta conversa é tremendamente esclarecedora sobre o tema que tratamos e sobre os caminhos conceituais que os movimentos artísticos tomaram desde então.


(1) GULLAR, Ferreira – “Sobre Arte” , Avenir Editora, Palavra e Imagem Editora – 1982.[1] Jules-Fernand-(2)Henri Léger (1881-1955); nascido na França, Argentan e renomado pintor e gravurista cubista.
(3) Constantin Brancusi (1876-1957) – Escultor Romeno, pioneiro na realização de esculturas abstratas.
(4) Marcel Duchamp (1887-1968) – Pintor e escultor francês e um dos fundadores do movimento Dadaísta e criador dos Ready made.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Terceira Parte - O artista e o pesquisador

Tenho trabalhado próximo a muitos pesquisadores da Universidade de São Paulo. Uma das questões que sempre indago consiste no surgimento da idéia, o famoso “insites” (desculpe o anglicismo e acho que assim que escreve o termo). Falo da ideação, concepção da pesquisa, a luz criativa.
Da maneira como estes pesquisadores mencionam ou concebem suas pesquisas, lembra muito o ato criativo de um artista plástico.
Um arquiteto, mediante os determinados parâmetros assume uma “partido arquitetônico”(1) e cria uma solução formal para o problema, algo semelhante a pratica aplicada (ou não) de um pesquisador; ambos criam e buscam uma luz para alcançar determinadas soluções
Os termos “criação” ou criatividade me parece ser algo comum nas atividades do arquiteto, do pesquisador e o do artista. Todos idealizam e, se forem criativos, terão grande chance de alcançarem bons resultados em suas respectivas atividades.
Entretanto, independente do meio que expressam a criatividade, cálculos, textos pincel e tinta, lápis e esquadros, há algo de diferente entre essas formas de criação. Será?
Uma obra de arte ou uma expressão pictórica, gráfica, um romance, poesia, são criadas segundo a maneira que o autor percebe a realidade.
Tenho a impressão que o momento criativo de um pesquisador também tem origem na observação da realidade. O que diferencia um artista ou um pesquisador de outro é o modo particular de sua forma de apropriação da realidade. Afinal são indivíduos com forma de pensar distintas (pesquisador para pesquisador e artista para artista).
Fica uma indagação: a arte pode aplicada ou é meramente contemplativa?
A pergunta pode ser esclarecida se analisarmos os conceitos formulados pela famosa escola alemã Staatliches Bauhaus (2)
Entretanto, podemos avançar sobre eles um pouco mais adiante.


(1) Termo criado pelo arquiteto Carlos Lemos para definir a solução funcional e formal dada certas condicionantes para seu desenvolvimento.
(2) Escola alemã fundada, entre outros por Gropius na cidade de Weimar em 1919. Atuava em proposições de vanguarda nas artes plásticas, arquitetura e design.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

...arte, belas artes, obra de arte e obra-de-arte.... - Desígnio - propósito

Segunda Parte

“Expressar algo com certa emoção”. Parece que estes elementos estão sem por traz daquilo que define arte. Não importa sua qualidade, grande arte ou “peque arte”... como o marchand gostaria de definir.“Tomar a realidade como elemento para expressar algo, de forma emocional, segundo seu ponto de vista.” Melhor ainda: “ Interpretar e representar a realidade de forma emocional” . Acho que esta pode ser, até o momento, a melhor definição. “interpretar”, pressupõe um ponto de vista sobre a realidade. “Representar”, define o universo de meios de expressão. E “ ...de forma emocional...” consiste na carga emotiva de sua interpretação pelos meios de expressão.Acho que ainda não estou satisfeito com o trecho “...de forma emocional...”. Não cabe imaginar que “...interpretar e representar a realidade...”, não o faça de forma emocional. A emoção parece, também, ser um pressuposto. Toda ser humano possui um ponto de vista sobre a realidade e, se tentar representá-lo, será sempre de forma emocional.Qual será, portanto, o impacto dessa frase?Um homem pré-histórico, ao fazer suas pinturas rupestres em Lascoux ou Altamira , independente de suas razões para fazê-lo (místicas ou simplesmente por puro desejo), estava impregnado de intenções plásticas.Eu mesmo, ao tentar copiar um desenho rupestre, percebi diversos detalhes intencionais que, ao distorcer o real, intensificava aspectos de movimento, e do próprio corpo humano. Estes homens estilizavam e o faziam com intenções. Atribuíam desígnio ao desenho.Peço ao leitor que examine estes desenhos com cuidado e, certamente irá perceber a qualidade expressiva destes desenhos.Por outro lado, diante da afirmação “...interpretar e representar a realidade...” cabe à um pesquisador de física?Há “emoção” na interpretação e representação da realidade por meio de fórmulas matemáticas?Um pesquisador que Física é um artista?A ciência é uma forma de expressão...é arte?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

...arte, belas artes, obra de arte e obra-de-arte....

Primeira parte


Há muito tenho buscado o significado desses termos. O mais fácil é a expressão grafada como “obra-de-arte”, onde alguns dicionários ou especialistas definem como obras vinculadas a engenharia e distintas dos trabalhos convencionais, dado a seu aspecto “único” ou “especial”.
Os exemplos consistem em pontes, barragens, túneis, viadutos, diques, eclusas, muros de contensão....e segue com ao famoso termo “et caetera” ou etc.
Bem, já voltamos à obra-de-arte e voltamos ao termo “arte”. Muitos gostam de definir arte como algo superior, acima de qualquer manifestação de expressão convencional ou sem qualidade.
Bem, nesse ponto já colecionamos uma série de termos vazios ou muito abstratos: “...distinto de trabalhos convencionais...”, “...aspecto único...”, “...especial...”, “...superior...” ...acima de uma expressão convencional...”.
O que diferencia uma obra-de-arte de uma estrutura destinada a construir um edifício?
O que diferencia uma obra de arte das demais formas de expressão humana?
Uma pintura rupestre de nossos ancestrais é uma obra de arte?

.

GRAVURAS

O gravado constitui uma das minhas principais formas de expressão. Fascinado pelos gravadores do expressionismo alemão, sempre imaginei alcançar a magia de reproduzir um desenho com a delicadeza de Otto Mueller (1874-1930) ou a crítica social de Grosz (1893-1959), Otto Dix (1891-1969), ou o próprio Ernst Ludwig Kirchner (1880–1938) fundador da Die Brücke * ( a ponte).
A forma gráfica definida pela gravura do expressionismo alemão não resultou, de maneira imediata, na tentativa de seguir a técnica. Ela se manifestou pelo Kiri -ê, no qual o artista realiza suas ilustrações por meio do gravado em papel. A técnica é originária da China onde é executada em papel de arroz e deve manter estrutura original do suporte.
Entretanto o que me interessou foi o resultado plástico obtido com a técnica, empregando papeis mais grossos e negros. A solução de superfícies e linha se assemelhava fortemente com as gravuras dos artistas alemães.

Em 1983 e 1987, realizei duas exposições com desenhos realizados com esta técnica no papel no Centro Cultural São Paulo e no Franz Café. Nesse período tentei a reproduzir os trabalhos por meio de serigrafia, os quais resultaram impressões surpreendentes. A partir de então, estas serigrafias passaram a me estimular a tentar uma gravação usando o mesmo método de impressão que utilizava para a xilogravura (impressão usando pressão por meio de uma colher sobre papel de arroz). Entretanto o sonho de usar papel como matriz, só veio se concretizar em 2008.
A técnica me fascinou uma vez que não era necessário grande recurso na compra de madeira ou goivas e, ao mesmo tempo, poderia ser praticada por qualquer pessoa. Para esta técnica bastava um bom estilete, um cartão (papel com 400g) e criatividade.
Evidentemente, a durabilidade da matriz de papel é muito menor que as demais matrizes convencionais. Entretanto, como já mencionei, é muito prática e com características expressivas particulares.
Tal como a xilogravura em cortes de topo ou de fio, a experiência com outros materiais, em decorrência de sua resistência ao corte das goivas, definem um resultado específico para a gravura. Algumas destas experiências podem ser vistas nas imagens abaixo.


*Grupo de artistas expressionistas alemães formado em1905 em Dresden

rosto de homem

rosto de homem
gravura com matriz de papel - 2008

homem

homem
Xilogravura - 2006

ribeirinha

ribeirinha
xilogravura - 1986

perfil

perfil
Xilogravura - 1984

mulher apoiada

mulher apoiada
gravura com matriz de papel - 2008

Sangue

Sangue
Foto Rogerio Bessa Gonçalves (2003) - Edifício Copan - Arq. Oscar Niemeyer - São Paulo

Balanço

Balanço
Foto Rogerio Bessa - 2004 - Museu Oscar Niemeyer - Curitiba

Foto Rogerio Bessa (2005) -Viaduto Sta. Efigênia - São Paulo

Foto Rogerio Bessa (2005) - São Paulo

Lilás

Lilás
Foto Rogerio Bessa - 2005 - Avenida São Luiz - São paulo

ontem

ontem
Foto Rogerio Bessa (2005) - São Paulo

sugar bread

sugar bread
Rio - 2008

copan

copan
Foto Rogerio Bessa (2005) - São Paulo