Azaração Midiática – parte 03
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Vamos sair um pouco do tema Cuba
e vamos falar de antropologia. Lembro-me de uma a história contada por um dos
irmãos Vilas Boas sobre um indiozinho que brincava com pedrinha, numa aldeia
que visitavam. Não sei qual dos três, Claudio, Leonardo ou o Álvaro. Não importa.
Fato é que um dele ao se aproximar, percebeu que aquela pedra, do tamanho de
uma bola de golfe, era uma esmeralda. Bem, dá o que pensar. O indigenista viu e
pensou sobre a pureza daquela sociedade face aos brancos. Se algum branco
soubesse a tribo estaria completamente dizimada em dias.
Eles não eram antropólogos. Não consegui
distinguir suas formações. Talvez geógrafos. Confesso que não sei da formação
destes ‘Homens’. Sei que o grande Darci Ribeiro era antropólogo e acompanhou várias
das andanças dos irmãos (desses Homens como poucos foram).
Resumindo; com isso quero dizer
que para analisar uma sociedade distinta da nossa, é necessário nos despirmos
de preconceitos. Assim como o antropólogo. Para este é um pré-suposto de sua atividade.
Caso contrário irá analisar uma sociedade segundo os dogmas de vistas de sua
própria cultura social e assim o fizer incorrerá em erros graves como os espanhóis,
portugueses e ingleses fizeram nos séculos XV ao XX. Por um ponto de vista o
sangue inundou todas as Américas e as Índias.
No século XX continuamos sem
aprender nada com nossos erros. Parece até que emburrecemos mais. Hitler, Hirohito,
Mussolini, Joseph McCarthy e centenas de outras figuras são exemplos
claríssimos da intolerância humana. As crenças cegas são exemplos evidentes de
onde o ser humano pode chegar pela intolerância às diferenças de credo, cor,
raça e formas de organização social.
Lembro-me de um texto escrito no
sec. XVIII pelo admirável príncipe dos filósofos; Voltaire. O texto chama-se ‘tratado
sobre a tolerância’*. É inacreditável que homens vêm escrevendo por séculos
sobre o tema e ninguém presta atenção a suas vozes. Continuamos julgando e
julgando de forma estúpida e ignorante. Pior, sem termos nenhuma base ou
conhecimento sobre os fatos. Julgamos apoiados sobre o sólido pilar da
ignorância; como na inquisição. Ah.... e temos a cara de pau de nos assustarmos
com o que esta última fazia nos porões da Santa Fé. Vamos a baciadas para a
Europa. Vemos exposições sobre os instrumentos de tortura da inquisição. Não adianta
lermos relatos do século XVII (quando lemos algo). Não conseguimos fazer um
link. Não conseguimos gerar síntese e crítica. Continuamos como cegos
orientados pelos pontos de vistas de uma mídia estúpida e completamente
ignorante.
Bem; estamos felizes com nosso ipads,
ipod, iphones,’i-stupidez’. Estamos felizes com nossa ‘democracia’. Ora, o nome
tem origem gregas...portanto deve significar algo de bom!....Eles sabiam das
coisas!
*Obs.: para que quiser ler, vai à dica: “Tratado sobre a tolerância – a
propósito da morte de Jean Calas” – Voltaire – Editora Martins Fontes – São Paulo
– 1993.