Uma das visitas mais importantes que fiz no Rio foi no IMS (Instituto Moreira Sales). Embora carioca, nunca tomei a iniciativa de visitar. Fato que ocorre normalmente com os nativos do Rio que raramente ou nunca foram ao Corcovado ou ao Pão de Açúcar (eu só o fiz com 50 anos e vi o que havia perdido).
Deixando o proselitismo de lado a arquitetura é um dos grandes exemplos da arquitetura modernista brasileira (escola carioca). O edifício foi concebido pelo arq. Olavo Redig Campos (1906/1984) contemporâneo a Warchavchik (1896/1972) e ambos formados na mesma faculdade de Arquitetura de Roma. Com uma implantação cinematográfica e paisagismo extraordinário de Burle Max, o lugar é digno de ficar e se deixar levar pelos devaneios à vista das pedras dos dois irmãos.
Mas não é só de arquitetura que o lugar é procurado. O acervo e exposições do IMS são outros dotes do lugar e sem falar do café.
Na ocasião da minha visita dois fotógrafos de grande calibre: Farkas e Alvarez Bravo. O primeiro, um dos mestres da fotografia brasileira, dispensa qualquer comentário de sua obra. É só se deleitar com suas fotografias em apropriações geométricas e estudos de sombra. Magnífico.
O segundo, um pouco menos conhecido dos leigos, porém não menos importante no cenário da fotografia mundial. Desse fotógrafo há um conjunto de imagens incríveis do cenário artístico e político no México na década de 30. figuras como do casal Rivera e Frida, Siqueiros e Orosco. De expatriados como Trotsky no caminho de seu assassinato e cineastas ( pasmem ) como Eisenstein. Essas imagens são lindas, mas uma delas me chamou atenção; Frida Khalo mocinha. Como seu rosto era bonito.
Fica meu depoimento - se for ao Rio ou se for de lá e nunca teve curiosidade de conhecer o IMS, vá e viaje embalado pela arquitetura, paisagismo, acervo, e...pelo cafezinho.